Especial de Halloween
- Mundo entre livros
- 31 de out. de 2020
- 6 min de leitura
Olá meu queridos, gostosuras ou travessuras?
Em comemoração a essa data assombrosa, nós resolvemos fazer um especial de Halloween, com contos de terror e algumas musicas para dar um toque especial e teremos mais surpresas (recomendo que use fones para aumentar a qualidade da experiência).
Tenham uma ótima leitura!
(clique no vídeo e coloque os fones para ler ouvindo a música de fundo)
Eu dei a boneca a ela no aniversário dela.
Ela amou no começo, me disse que era tão linda. Que seu cabelo era tão macio e o vestido tão bonito. Ela não iria perder isso de vista por dias. Durante o dia ela o colocava sobre a mesa, para que pudesse vê-la enquanto limpava a casa. Durante a noite ela a sentava ao lado da cama, e ela olhava para nós dormindo, com grandes olhos azuis imóveis.
Mas o amor da minha esposa pela boneca logo mudou. Logo percebi que algo estava incomodando. Eu perguntei é claro, mas ela não quis me dizer a princípio, disse que estava apenas sendo boba. Mas dia após dia ela se fechava cada vez mais. Até eu não aguentar mais. Eu a pressionei, disse que ela me contaria o que estava acontecendo agora ou que eu a arrastaria ao médico.
Ela finalmente quebrou e palavras chorosas vieram derramando.
Ela então me disse que era a boneca. Aquilo a assustava. Ela me disse que tinha a sensação de que ele a observava constantemente. Às vezes até parecia que se movia.
Isso me preocupou e fui dar uma olhada na boneca.
Estava imóvel na mesinha do quarto. Os grandes olhos azuis não mudaram. Não pude deixar de suspirar um pouco de alívio.
Claro que ela não está se movendo, ela não poderia estar.
Fui me afastar, mas então vi um pequeno movimento com o canto do olho.
Eu me virei para a boneca, pegando-a da mesa. Eu segurei meu rosto perto do da boneca, olhando nos olhos.
Algo estava se movendo.
Tentei me concentrar, tentei olhar mais de perto.
Sim, definitivamente lá estava, movimento. Mas não do olho em si, estava atrás do olho.
Antes que eu pudesse registrar isso, o olho explodiu e saiu dele pelo menos dez vermes se contorcendo.
Deixei cair a boneca em choque, recuando instintivamente.
Minha esposa gritou do outro cômodo, perguntando o que estava acontecendo. Gritei de volta para ela não se preocupar. Peguei a boneca novamente, usando um lenço para limpar as larvas. Por dentro, vi mais, pressionando contra a pele e a camada externa de plástico.
Mas tão cedo. Eu esperava que ela durasse mais.
Terei que conseguir uma nova para ela, talvez mantê-la vivo no início. Assim vai durar mais tempo com certeza.
Enquanto jogo fora a boneca velha, penso em como minha esposa sempre diz que ama os cachos grossos e louros da pequena Katie no quarteirão.
Ela também não tem olhos azuis?
(clique no vídeo e coloque os fones para ler ouvindo a música de fundo)
Toda manhã quando eu acordo, eu abro o baú onde mantenho meu filho. Eu acaricio seu pequeno crânio e murmuro “bom dia” apesar de saber que ele não pode mais me ouvir.
Eu espero que ele não pense que eu o abandonei. Eu espero que ele saiba que nunca farei isso.
Quando meu filho morreu de febre, eu me recusei a deixá-lo ir. Ele era apenas um bebê, e era tudo que eu tinha. Então eu me voltei pras histórias que minha mãe havia me contado, os rituais e lendas que eu aprendi quando criança.
As regras para trazer alguém do submundo pareciam muito fáceis. Eu zombei das histórias daqueles que falharam, certa de que minha vontade seria mais forte que a deles. Eu forcei meu caminho pelos Campos da Noite, e achei a pálida e fraca alma do meu filho. Eu o guiei todo o caminho de volta para seu corpo, nunca olhando pra trás nem uma vez.
Quando eu vi meu filho abrindo seus olhos de novo e sorrindo pra mim, eu pensei que havia feito a escolha certa. Ele riu, ele correu, ele brincou como havia feito antes. Eu até acreditei que eu poderia fingir que nada aconteceu.
Então alguns dias depois, eu vi a podridão crescendo em sua pele. Naquele momento, eu percebi o meu erro. Eu não havia restaurado a vida do meu filho. Eu havia apenas trazido sua alma de volta ao seu corpo.
Eu tentei consolá-lo enquanto seu corpo inchava e apodrecia. Ele chorava dia e noite com medo enquanto sua carne caía dos ossos. Apenas quando sua garganta apodreceu de vez ele parou de gritar. Eu tentei voltar ao submundo, para devolver a alma do meu filho, mas o caminho não se abria mais pra mim. Eu enganei a morte, e minha punição era ficar com o que eu roubei.
Quando seus ligamentos finalmente se romperam, eu juntei seus ossos e coloquei em um baú antigo que herdei de minha mãe. Apenas o melhor seria o suficiente pro meu filho.
Às vezes os ossos do meu filho ficam imóveis dentro do baú por horas, até mesmo dias, e eu me dou esperanças de que sua alma tenha voltado pra onde pertence. Mas cedo ou tarde, seus ossos sempre começam a estremecer de novo, e eu sei que ele ainda está vivo.
Uma vez, tudo que eu queria era meu filho aqui comigo.
Mas agora, eu daria qualquer coisa pra que ele morresse.
(clique no vídeo e coloque os fones para ler ouvindo a música de fundo)
Em 1984, vivia sozinha uma velha viúva em uma casa de dois andares, completamente imóvel e presa à sua cadeira de rodas. Desde a misteriosa morte de seu marido, ela precisava da ajuda de um cuidador que a visitava diariamente para ajudá-la nas tarefas diárias. O que tornava tudo ainda mais difícil era o fato de que os dois andares da casa só eram conectados por uma velha escada interna. Quando a velha senhora precisava se mover entre os dois, o cuidador teria que carregar seu corpo frágil como uma criança, subindo e descendo as escadas. Um dia, a polícia recebeu um telefonema da viúva. Houve um assassinato.
Como as unidades policiais eram escassas na época e o assassino já havia fugido do local, apenas um detetive foi enviado para fazer a denúncia inicial da cena do crime. Ele chegou para ver o corpo da cuidadora espalhado no chão com as cordas vocais arrancadas em uma poça de sangue no primeiro nível da casa, com a velha senhora no topo da escada em sua cadeira de rodas observando-o, quieta e silenciosamente, aparentemente em choque. Ele poderia imediatamente descartá-la como suspeita, devido à sua incapacidade de subir e descer as escadas e porque ela estava presa lá no momento em que o assassinato ocorreu. Foi semelhante à morte de seu marido muitos anos atrás, que havia sufocado durante o sono no sofá do andar de baixo.
O detetive calçou as luvas, tirou fotos, vasculhou em busca de evidências e cobriu o corpo até que o legista chegasse mais tarde – tudo de rotina. Ele examinou a casa lá embaixo em busca de alguma pista, então perguntou à velha senhora se ele poderia olhar lá em cima. Ela insistiu que estava lá em cima o tempo todo e ninguém além dela tinha subido lá naquele dia, mas apesar disso, o detetive subiu a escada para a qual ela hesitou.
Além da escada, havia um corredor estreito, com três portas fechadas ao longo dele. Ele verificou atrás de cada uma das portas, o quarto vazio – nada, o banheiro – nada. Ele ficou ansioso enquanto caminhava lentamente para o último quarto onde a velha senhora dormia. Ele abriu e tudo parecia normal. Uma cama, um armário e uma mesa de cabeceira com candeeiro. Ele verificou todas as paredes da sala com horror, já que não foi o que ele descobriu, mas foi o que ele não descobriu que o fez parar de repente e lentamente alcançar sua arma no coldre. Era um detalhe tão pequeno que eles o esqueceram completamente na última investigação da morte do marido. Não havia telefone lá em cima. De repente, ele ouviu um barulho quando retirou sua arma e saiu correndo da sala, apenas para encontrar uma cadeira de rodas vazia no topo da escada.
Bônus - Apenas durma
É tarde da noite e você não consegue dormir. Você rola de um lado a outro na cama, buscando uma posição confortável. Você sabe que precisa levantar cedo, tem trabalho amanhã; alguém precisa sustentar a casa. Quanto mais você força o sono, mas ele se distancia de você. Você rola em direção a parede ao lado da cama. Encara aquela imensidão branca, sente alguém te observar, mas não move os olhos daquele amontoado de tijolos. Ainda é capaz de sentir o cheiro da tinta. Você rola para o outro lado, vê o guarda roupa entreaberto, poucas roupas, as coisas não estão boas para gastar com roupas da moda. Você confirma que está sozinho no quarto. Então rola novamente em direção a parede, quase pedindo desesperadamente que o sono venha e todos os pensamentos cessem, que sua mente apenas pare por alguns instantes. Parece que o sono começou a vir. Você se sente mais leve. Então rola para o outro lado, parece não controlar. Você rolou demais e caiu da cama. Finalmente, seus olhos pesam, é hora de dormir. Não ligue para o homem de capuz atravessando a porta; muito menos para o seu próprio corpo decapitado em cima da cama. É tarde, apenas durma.
Acha que acabou o nosso especial de Halloween?
Preparamos um surpresinha e 00:00 vai ter post novo com um conto um pouquinho maior, para você dormir tranquilamente hahaha
Já fica ligado para ler essa história!
Espero que tenha gostado desse post e nos digam oque acharam nos comentário!
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Beijos e até a próxima!!!
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